30.6.09

Mudanças

Já viram como estou sempre em mudanças? É verdade... Não sei se é fruto do meu signo, da minha personalidade, dos tempos que correm ou simplesmente de tudo...
Estou prestes a mudar de:
- Emprego!
- Casa!
- Vida!
E, opá, nem sabem o bem que isto me faz! Dá-me anos de vida, ganas de viver e vontade de voar!
Bolas, que sou mesmo uma pessoa feliz!!!!!

22.6.09

Criança, água, cão, flor*

No tempo em que as mulheres íam "servir" para Lisboa não havia tempo para coisas menores. A vida era dura e fria como o granizo, recta como uma régua. Desde cedo, antes dos 12, as meninas eram ensinadas a cozinhar, a coser, a lavar, a passar. Não havia tempo para ser criança. Uma sardinha e duas fatias de pão duro davam para uma mesa de 4. O cão comia o que encontrava na rua. Eram outros tempos, e pouco havia dessa coisa de "exploração infantil". Era assim. Trabalhar para haver mais uma sardinha. Ou um pouco de açúcar. Um litro de azeite. Ai, um litro de azeite... E ninguém levava a mal! Faziam-se mulheres, as crianças. Íam servir para Lisboa, em casas de senhoras de bem, e de mal também.

Como é claro e fica bem dizer, no coração de uma menina há sempre espaço para a brincadeira. A boneca de loiça fazia maravilhas. E a de trapo?!? Uau... que fascínio...

Afinal, era fácil brincar... A imaginação não tem dono que a trave e, enquanto se lava as camisas do pai na água fresca da fonte da vila, há sempre tempo para, imaginando, correr pelos campos, caçar borboletas e apanhar uma flor...

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* sugeridas por Papinhas

15.6.09

Criança, voo, medo, amanhã*

Dois meses depois perdeu o medo de falhar. A vida havia sido dura com ela. Mas generosa também, verdade seja dita! A forma como as coisas entravam na sua vida era sempre mais excitante do que a forma como desapareciam. E por coisas entenda-se aquilo que se quiser. O amor, a amizade, a alegria, a tristeza, o sonho, a verdade... Chegavam assim de rompante, sem avisar, sem adivinhações e sem pressentimentos. E, curiosamente, no momento em que menos precisava delas. Se, por um lado era bom no que respeita às coisas boas, por outro era assustador, quando se tratavam de cenas tristes. Mas agora... Agora perdera o seu maior medo. Desde criança, o medo de falhar era algo constante. Não vinha, não ía. Estava. Era. existia. Agora decidira saltar para cima das letras, agarrar com força todas as palvras, baralhá-las, brincar dentro dos textos e voar! Num voo assombrosamente leve, descontraído e libertador.
Dois meses depois fizera uma jura: jamais deixaria para amanhã a vontade de escrever sobre o hoje! E jamais deixaria à espera pessoas tão pacientes...

sugeridas por Pipi das meias altas