Sempre Inocentes. Do princípio das Coisas. Do nunca terminar um feito. Do jamais desistir de um sonho. Do sonhar sem destino. Do mundo. Das coisas. Das pessoas.
30.12.13
Esta forma de ser livre
Na minha cama não cabe nem mais um fio de cabelo, agora que as noites estão mais frias e as roupas pesam mais sobre o corpo. Adoro dormir, adoramos dormir, agarradinhos ou simplesmente a tocarmo-nos pés com pés. A gaiata chega cada vez mais cedo à nossa cama, sempre do meu lado, e diz: "mamããã!". Não resisto, está frio, estou cansada e nem sequer abro os olhos. Estico os braços, puxo-a para o meio de nós, aconchego-a no peso dos edredons, cheiro-lhe o pescoço, o cabelo e aqueço-lhe os pés, frios. O pai, ainda que não acorde, volta-se para a sua cria e, vistos de cima, pareceríamos posicionados de proppósito para a foto. A barriga, já proeminente, ocupa quase um lugar na cama e os meus braços transformam-se em protectores dos pés da mana. Somos 4, já, naquela cama. De casal, mas pequenina. E o corpo ressente-se da falta de espaço. Os braços acordam dormentes, a coluna dói e o pescoço só mexe para um lado. Ninguém se consegue mexer naquela cama. A não ser a princesa. E o príncipe, cá dentro, ainda. E, de movimentos presos, sem poder esbracejar, sem nos podermos esperguiçar, sinto-me livre! Livre no amar, neste amor que não tem limites, livre no carinho, no colo, nos mimos, que não se contêm, que não se inibem e se esbanjam, todos os dias, naquela cama. Livre. Muito livre, nos afectos.
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