Entrei no café com um rio na algibeira
e pu-lo no chão, a vê-lo correr da imaginação...
A seguir, tirei do bolso do colete nuvens e estrelas
e estendi um tapete de flores a concebê-las.
Depois, encostado à mesa,
tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza das àrvores
em torno a cheirarem ao luar que eu imagino.
E agora aqui estou a ouvir
A melodia sem contorno
Deste acaso de existir -onde só procuro a Beleza para me iludir dum destino.
José Gomes Ferreira
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