15.11.04

Surrealismo

Quando entrei na sala com as bebidas já ele contemplava com espanto o quadro de Dali. Nunca percebi a demora dos olhares naqueles traços. Não faria mais sentido se olhasse para mim, uma vez que era esse o motivo da vinda?
Quadros na parede... tão longe da realidade, tão longe do sabor das minhas mãos...
Um trago de wiskey, um aclarar da voz, um olhar quase surreal e o Dali estava em mim. E a luz indirecta rodou sobre nós dois, numa pintura altamente real. Preenchida de cores amargas e cálidas.
Um rodopiar de carne, um grito de querer infinito e uma noite doce e fresca.

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