23.2.05

O éter na minha vida

Comecei a fazer rádio não há muito tempo, há pouco mais de 5 anos. Não sabia que ia gostar tanto de comunicar… pelo menos, não desta forma. Hoje sou apaixonada, mas tenho pena de não ter vivido esta experiência há 10 anos atrás. Sei que tudo era mais mágico, as pessoas paravam para ouvir rádio, fazia-se questão de ouvir o locutor x à hora Y e as senhoras apaixonavam-se com frequência pelas vozes daqueles homens que tão bem falavam. Era bonito, diferente, e sem dúvida muito mais enigmático.
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Hoje o maravilhoso mundo da rádio está mais globalizado, e as vozes já têm uma cara. É fácil desvendar os rostos que dão vida às rádios de todo o mundo. A televisão veio roubar um lugar antes dominado pela rádio e hoje, ninguém pára para ouvir aquele programa de rádio. É pena porque o mundo da rádio, apesar de todas as evoluções, é um mundo mágico. Constroem-se sonhos, atravessam-se fronteiras e fazem-se amizades sem se saber.
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Foi a maior escola de vida que podia ter conhecido. Felizmente, e pelas mais variadas razões, aconteceu na idade certa, no momento certo. Aprendi mesmo muito e, obviamente, não falo só do factor rádio, mas sim de relações humanas. Foi uma construção grandiosa e recíproca. E, curiosamente, nunca estive muito tempo sem fazer rádio. Mesmo nas crises, nunca me afastei mais de duas semanas. Desta vez, o afastamento durou 3 semanas. Segunda feira que vem volto à rádio, de uma forma muito mais saudável, criativa, liberta e - calha bem! - bem remunerada!
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É um mundo maravilhoso, mas difícil de compreender, para quem está por fora. Para sentirem como é fazer parte da vida de tantas pessoas, experimentem ouvir rádio com mais atenção, sintam os sentimentos nas vozes dos locutores, porque, acredite-se, não somos máquinas de comunicação. E também vivemos de emoção.
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E segunda-feira que vem... lá estarei, no éter da minha vida!

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