19.4.05

Vicissitudes

É uma palavra bonita demais para descrever algo que, à partida, já tem um valor negativo. Acontecem na vida com mais frequência do que gostaríamos, mas são elas que nos fazem avançar. É no erro que progredimos. É pelo erro que aprendemos. Com pena, é também pelo erro que sofremos.
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Acreditar nalguém, nas suas intenções para connosco, sentir as suas palavras de determinada forma, compreender todos os acessos de ignorância crua, justificar com o passado o seu presente, e depois descobrir que nunca na vida estivemos tão enganados... é cruel! são as chamadas desilusões de amor que, neste meu caso, se adequam a amizades. E é tão fodido perceber isso! Não que fique a tristeza, a raiva ou a mágoa, mas sim a revolta!!! Não pela desilusão, mas por não ter percebido isso antes! Porque é que eu não vi?... Talvez o amor (e a amizade) sejam mesmo cegos!
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Vivo, há algum tempo, uma situação destas cá dentro do peito. Por muito que tente resolvê-la interiormente, ainda não consegui. E como pude ser tão burra, tão cega? Como é que consegui NÃO ver as coisas que hoje são óbvias? Ninguém muda em duas semanas, pois não? Então estou certa: a culpa foi minha, porque a podridão esteve sempre lá. E eu, que costumo ser perspicaz, não vi. Não senti. Nunca. E mesmo agora, quando pensava que talvez os podres não estivessem só no lado de lá, voltei a enganar-me. A pessoa em causa tem tudo.
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Sinto-me como a minha avó, quando descobriu que a Lua de Portugal era a mesma de Espanha - esteve sempre lá, só nunca percebi.

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