Convém alertar para o mau cheiro que este texto emana, além do seu carácter absurdo. Se puder, não leia. Pela sua saúde.
Tens a mão gelada, disse-lhe ele, enquanto encolhia a cabeça entre os ombros. Não posso guardá-la no bolso, tenho um cigarro na mão, respingou ela à mistura com mais uma passa. Apaga-o, respondeu. Custou-me dinheiro, retribuiu. Não compres, voltou ele. E depois fumo o quê?, perguntou ela. Não Fumas, exclamou ele.
E nisto o Táxi chegou, anunciado pela cor que mais nenhum carro tem. Enfiaram-se no banco de trás, não sem que antes, ela jogasse o cigarro para a borda do passeio.
É para “tal sítio”, por favor, informou ele. E acrescentou: não se importa de ligar a solfagem? Olhe até ligava, mas não posso… morreu-me aqui um rato ontem à noite. ‘Tá um cheiro que não se pode, respondeu prontamente o taxista, enquanto puxou de um cigarro. Pode fumar-se aqui, perguntou ela, na esperança de o copiar nos gestos. Pode menina, tranquilizou o taxista. Sempre aquece a alma, não acha doutor? Não, por acaso não acho. Não suporto o cheiro a tabaco, explicou, em clara desvantagem perante o vício. Abra a janela, por mim não faz mal!, propôs o taxista. Não deixe estar, tenho frio, respondeu ele, enquanto encolhia a cabeça entre os ombros. Então eu ligo a solfagem!, animou o taxista.
E ligou.
E de repente o carro parecia uma cova, de gente morta, viciada em tabaco.
PS - Se possível leia o texto em voz alta, com música de fundo de Kusturika, que foi como o imaginei.
Tens a mão gelada, disse-lhe ele, enquanto encolhia a cabeça entre os ombros. Não posso guardá-la no bolso, tenho um cigarro na mão, respingou ela à mistura com mais uma passa. Apaga-o, respondeu. Custou-me dinheiro, retribuiu. Não compres, voltou ele. E depois fumo o quê?, perguntou ela. Não Fumas, exclamou ele.
E nisto o Táxi chegou, anunciado pela cor que mais nenhum carro tem. Enfiaram-se no banco de trás, não sem que antes, ela jogasse o cigarro para a borda do passeio.
É para “tal sítio”, por favor, informou ele. E acrescentou: não se importa de ligar a solfagem? Olhe até ligava, mas não posso… morreu-me aqui um rato ontem à noite. ‘Tá um cheiro que não se pode, respondeu prontamente o taxista, enquanto puxou de um cigarro. Pode fumar-se aqui, perguntou ela, na esperança de o copiar nos gestos. Pode menina, tranquilizou o taxista. Sempre aquece a alma, não acha doutor? Não, por acaso não acho. Não suporto o cheiro a tabaco, explicou, em clara desvantagem perante o vício. Abra a janela, por mim não faz mal!, propôs o taxista. Não deixe estar, tenho frio, respondeu ele, enquanto encolhia a cabeça entre os ombros. Então eu ligo a solfagem!, animou o taxista.
E ligou.
E de repente o carro parecia uma cova, de gente morta, viciada em tabaco.
PS - Se possível leia o texto em voz alta, com música de fundo de Kusturika, que foi como o imaginei.
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