8.10.06

Things have changed

O Outono chegou, e isso nota-se nos olhos daqueles que amamos. Vê-se na luz dos dias, menores, mais frescos. Muito mudou, com a chegada da estação das quedas... Muito, mesmo.
Deixei de regressar a casa às 19h00. Devido à formação, só encontro os que amo às 23h00. Não importa. O tempo de viver é para isso mesmo: viver, aproveitar, aprender sempre, crescer.
A minha irmã Elsa apanhou varicela. Repetiu-se a cena do pânico de a perdermos. Uma semana sem comer, sem tomar a ciclosporina, sem se tratar e o organismo começou a criar defesas para combater o corpo estranho: a minha medula. Uns dias no IPO em Lisboa e ficou tudo melhor. A minha mãe respirou de alívio. Uns dias depois, morre a minha avó. Aquela que nos criou, que vivia connosco desde que os meus pais se casaram. Não era só uma avó. Era a avó. Inácia dos Anjos Castro. Acredito que esteja com eles, os anjos. Morreu sem dor, colapso cardíaco. Rápido e sem dor. Como sempre desejou e pedia a Deus. Hoje há um quarto vazio lá em casa. Um quarto que deixa uma tremenda saudade pelas fotos de uma longa vida de 84 anos, duas filhas, seis netos e sete bisnetos. Uma vida cheia, bonita, sem doenças graves, com alegria e muito amor. Foi a minha primeira perda. E não foi fácil. Mas sei que, lá onde está, a minha avó terá mais força do que antes para nos proteger e ajudar. Agora sim, poderá olhar por nós.

Sem comentários: