8.2.13

Pensamentos Suspensos

Firmou-se frente à porta em bicos de pés. Pela fechadura antiga, larga e enferrujada, conseguiu vislumbrar os botões de uma casaca velha, de fazenda xadrezada.
Colocou as duas mãos à volta da maçaneta escorregadia. Esperava encontrar o corcunda da terra que, dizia-se, fazia bruxedos em noites sem lua, com sapos e cobras. Todo o quadro se desenhou na sua imaginação.
E num ápice, apenas porque alguém na cadeira ao lado espirrou, o rapaz deixou cair a tela que acabra de pintar na sala dos seus pensamentos.
Tudo bem. Neste caso, a tinta nunca falta e há sempre mais uma tela em branco para preencher.

4 comentários:

Alberto disse...

Lindo texto, Susana!

Softy Susana disse...

Tenho saudades de escrever assim! Mas está "tudo" cá dentro, resta-me trazer cá para fora! ;)

Anónimo disse...

Pronto, já sei o que te oferecer pelos anos... um saca-rolhas!!!! :-)

Pipi das Meias Altas

mary disse...

Adorei =)