2.8.13

Coisas que nunca ( ) mas que sempre ( )

Começa agora uma nova forma (para mim), de me "obrigar" a ser mais assídua aqui. A série "Coisas que nunca ( ) mas que sempre ( )"  permite-me encaixar ali no meio dos parêntesis o que eu bem quiser e entender. Hoje, por exemplo serão as palavras "contei" e "fiz". Ou seja: Coisas que nunca contei mas que sempre fiz. Aqui vai:

Todos os dias de manhã, imediatamente antes de sair de perto da minha filha, dou-lhe um beijo forte e, se ela deixar, um abraço e, em segredo para comigo mesma, repito três vezes "Amo-te muito, amo-te sempre". Quero ter sempre a certeza que o "disse", que ela "ouviu" e sentiu o meu amor. Só para o caso de o pior acontecer e, por algum motivo aquele possa ser o nosso último momento juntas.

Agora que verbalizo isto vejo o quão ridículo, a roçar a esquizoftrenia, isto é.

5 comentários:

Unknown disse...

Então toma lá esta prenda para ti e para a tua filha.

Todas as cartas de amor...

Fernando Pessoa
(Poesias de Álvaro de Campos)


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Álvaro de Campos, 21/10/1935

Softy Susana disse...

Pipi? :)

Unknown disse...

who else?

LOL

Desculpa... esqueci-me de assinar.

Pipi das Meias Altas

Softy Susana disse...

Podia ser o Amaral! :D

Unknown disse...

Touché.

Pipi das Meias Altas