8.8.05

Mundo paralelo

Barrigas salientes. Biquinis justos. Marcas brancas do ano passado. Cheiro constante a frutos tropicais. Corpos brilhantes, besuntados de óleo-criado-especificamente-para-escaldões. Crianças besuntadas de branco com cremes-altamente-protectores-dos-raios-solares. Chapéus, panamás e bonés nas cabeças. Cus para o ar a apanhar conquilhas. Conversas sobre futebol, noitadas, mulheres, homens, filhos, novelas, crise económica. Construções frágeis, algas por aqui e por ali. E as ondas, que, vagarosamente, se "enrolam na areia".
"Está fria, está boa, está mesmo fria! É só ao entrar, depois está boa."; "Anda, não custa nada!"; "Mergulha já, é mais fácil!"; "Vai-te molhando aos poucos, custa menos!".
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Existe um mundo paralelo ao meu, à beira da água, em todas as praias do Algarve. Por isso gosto de estar sentada na areia molhada, dois metros atrás dessas pessoas que fazem da beira do mar um lugar que assim, lhes parece mais familiar.

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