25.10.05

Transplante, parte III

(directamente do IPO, onde me encontro)
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Depois de ter tido alguns dissabores com o serviço do Hospital dos Capuchos, só tenho de dizer maravilhas do IPO, pelo menos da UTM (Unidade de Transplante de Medula). O pessoal parece que nos conhece há anos, tratam-nos pelo nome próprio e recebem-nos como família. Passei a noite no Lar dos Doentes, num quarto altamente acolhedor, com varanda, casa-de-banho privativa e televisão. Dormi mal, ainda assim, devido ao efeito das injecções. É bom sinal, diz o médico. A minha medula está a portar-se bem!
Daqui a 10/15 minutos deverei estar deitada numa maca confortável, com um cateter na perna, para fazer a recolha das células para a minha irmã.
Ontem estive com ela. Ou melhor, falei com ela através de um vidro, por um telefone. Pareceu-me bem, com um ar ainda saudável, embora esteja já a fazer retenção de liquídos, mas é culpa da quimioterapia. Nada de mais. Vamos esperar que o organismo dela aceite, à primeira, as minhas células. O grande dia é amanhã. Mas hoje, confesso, estou nervosa.

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