27.10.06

Suor, Vermelho, Dor, Chama

Chovia torrencialmente e há muito que o sol se negava a aparecer no horizonte. Agora era assim, desde que a lua ardera em chamas e consumira os amores perfeitos. Ao cimo da terra existiam apenas dois seres vivos racionias. Tu e eu. Como no princípio. O pecado nada tinha de original e a dor era maior que o mundo. As distâncias eram agora menores, mas os caminhos mais longos. Para voar até ti bastava o tapete vermelho dos antigos aladinos e numa viagem que podia durar semanas, sonhava com dias solarengos que os vivos não souberam aproveitar.
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No final das viagens alucinadas, acordo a teu lado, como se soubesses sempre onde estou. Impregnada em suor e lágrimas que me salgam o rosto e o corpo, sei que no fim dos dias vou poder encontrar-te em porto seguro, amarrar o meu barco ao teu cais e aguardar o final da tempestade.
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palavras sugeridas por pedro a., um dos alcabrozes

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