28.4.06

Nunca lambeste uma lágrima*

Deixa-me rir!

Tu nunca lambeste uma lágrima
Julgaste sempre que o teu rosto não suportaria tamanha vergonha.
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Não lhe conheces o sal, não sabes que pode ser doce.
Nunca seguiste a sua pista
E por isso não sabes que às vezes rola até ao peito,
Do regaço à nascente
E espalha-se no chão.
Não me venhas falar de amor
tu, que nunca lambeste uma lágrima.
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*Excerto de 'Deixa-me Rir', de Jorge Palma

27.4.06

Conversa de gajas

Eu -... o António é o tal fulano da Luso***.
A colega - Qual?
- Aquele que veio cá com o Paulo a semana passada, um alto, giro.
- Giro? Não acho...
- C., o rapaz não tem nada que não seja giro!
- Só achei três homens giros em toda a minha vida. E você?
- Eu acho os homens giros, na generalidade.

E dei comigo a dizer isto e a verificar que é mesmo verdade.

26.4.06

Regionalização no Algarve

(mas só na blogosfera!)
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Sem querer repetir-me: é disto que se fala no reino (bloguístico!) dos Algarves!

Soninho


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Quando se vem de um fim-de-semana prolongado, em que se acordou todos os dias depois das onze, é muito duro voltar ao dia-a-dia normal, em que o relógio toca às sete e um quarto.

17.4.06

Querer

Encostada à sombra daquilo que queria ser, procurou os caminhos certos e percorreu-os. Deitada na sombra do que um dia havia querido ter sido, percebia que o seu desejo mudara.
Descansada à sombra do que era, sabia o que queria e o que não queria. E isso chegava.

12.4.06

Viagem


















É o mar que me encanta e desencanta. É com ele que me identifico e descubro. É no mar que sou mais livre, mais solta, mais fiel à vida. é nele que recupero forças e reabasteço os pulmões de um ar puro infinito. E por mais que isto seja verdade, não consigo deixar de amar a sensação de olhar uma planície alentejana e sentir esse mesmo prazer. Onde me descubro, reencontro, me perco e alucino. Olhar o mar e olhar a planície. Não lhes ver nunca o fim. Acreditar no "lado de lá", depois do que os meus olhos alcançam. Olhar o infinito e acreditar que estou lá, sem saber.
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Estou de partida para um Alentejo que sempre me acolhe com doçura, que sempre me recebe com um convite para ficar. Onde há mar e planície. Onde o infinito é mais infinito. E onde o sol se esconde na esperança de voltar.

11.4.06

'Me'

Sinto falta de sonhar comigo, naqueles sonhos em que me via perfeitamente fora de mim. Sinto falta de me ouvir cantarolar, de me sentir mergulhar e de me envolver em histórias que não são minhas.
Sinto falta de escrever. E de me ler.

3.4.06

Debaixo de um sol sem vida existe uma terra cheia de lágrimas por onde vagueia a minha alma em busca de uma paz eterna.
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Na altura em que escrevi isto era mais infeliz que hoje: mais triste, mais insatisfeita... mais adulta. Tinha 14 anos, e o mundo não me parecia um sítio bom para se viver.