15.6.09

Criança, voo, medo, amanhã*

Dois meses depois perdeu o medo de falhar. A vida havia sido dura com ela. Mas generosa também, verdade seja dita! A forma como as coisas entravam na sua vida era sempre mais excitante do que a forma como desapareciam. E por coisas entenda-se aquilo que se quiser. O amor, a amizade, a alegria, a tristeza, o sonho, a verdade... Chegavam assim de rompante, sem avisar, sem adivinhações e sem pressentimentos. E, curiosamente, no momento em que menos precisava delas. Se, por um lado era bom no que respeita às coisas boas, por outro era assustador, quando se tratavam de cenas tristes. Mas agora... Agora perdera o seu maior medo. Desde criança, o medo de falhar era algo constante. Não vinha, não ía. Estava. Era. existia. Agora decidira saltar para cima das letras, agarrar com força todas as palvras, baralhá-las, brincar dentro dos textos e voar! Num voo assombrosamente leve, descontraído e libertador.
Dois meses depois fizera uma jura: jamais deixaria para amanhã a vontade de escrever sobre o hoje! E jamais deixaria à espera pessoas tão pacientes...

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1 comentário:

Anónimo disse...

Ahhhh!!!!!!!

Pipi das Meias Altas