Arde-se por fora. Eu ardo por dentro. Apetece-me voltar-me do avesso.
Sempre Inocentes. Do princípio das Coisas. Do nunca terminar um feito. Do jamais desistir de um sonho. Do sonhar sem destino. Do mundo. Das coisas. Das pessoas.
28.7.04
Carrossel
Será num desses rodízios de circo,
com cavalinhos e outros animais em volta, que,
um dia, me montarei em cima de ti.
Sei que, nesse momento de pura inocência,
o mundo acompanhará o nosso girar no rodízio. E então permanecerei tonta por ti.
26.7.04
Deixem voar este sonho
Não consigo dormir
Perdi a noção do tempo
E sinto fogo a alastrar nos meus pulmões
Teria valido a pena
Se ao menos os que eu vi partir
Calados, perdidos, exaustos
Conseguissem encontrar o que resta da verdade
Noites longas de aventura,
A rir e a ferrar a brasa da loucura
Nos olhos da razão
Deixem voar este sonho
Não me venham mais bater à porta
by Jorge Palma
23.7.04
Sempre fui assim,
frágil, desprotegida e crédula. Sempre assim. Acreditar no melhor, vendo o pior. Esperar o demais, obtendo os restos. Procurar o Amor, encontrando a ilusão.
Apaixonei-me sempre muito facilmente. E pelas coisas mais simples. Pela música, pelo vento quente, pela chuva miudinha que se cola à pele, pelos cheiros adociados, pela areia colada aos pés depois do mergulho, pelas palavras bonitas dos literados. Apaixonei-me por homens tão diferentes como a lua do sol. E amei-os a todos, a cada um de maneira distinta.
Sempre apaixonada, pensei tempo demais que a felicidade existisse, na sua mais pura forma e plenitude. Depois conheci o Amor. E percebi as artimanhas da paixão.
O que mudou? Passei a amar a música, o vento quente, a chuva miudinha que se cola à pele, os cheiros adociados, a areia colada aos pés depois do mergulho, as palavras bonitas dos literados. E passei a perceber que a felicidade existe, de mãos dadas com o Amor.
Apaixonei-me sempre muito facilmente. E pelas coisas mais simples. Pela música, pelo vento quente, pela chuva miudinha que se cola à pele, pelos cheiros adociados, pela areia colada aos pés depois do mergulho, pelas palavras bonitas dos literados. Apaixonei-me por homens tão diferentes como a lua do sol. E amei-os a todos, a cada um de maneira distinta.
Sempre apaixonada, pensei tempo demais que a felicidade existisse, na sua mais pura forma e plenitude. Depois conheci o Amor. E percebi as artimanhas da paixão.
O que mudou? Passei a amar a música, o vento quente, a chuva miudinha que se cola à pele, os cheiros adociados, a areia colada aos pés depois do mergulho, as palavras bonitas dos literados. E passei a perceber que a felicidade existe, de mãos dadas com o Amor.
22.7.04
À Noite
Apagou as luzes e abriu as cortinas para deixar entrar as cores daquela noite. Perfumou o copo de vinho, lançou no ar as notas da música, balbuciou as letras das palavras importantes. Estava ocupado.
Ela deteve-se presa à cadeira que a sustinha. Vestida apenas de luz e sombra, despiu-se de preconceitos. Brincou com o cabelo. Segurava-o em pequenas mechas, enrodilhava-as nos dedos, soltava-o. O ritual repetia-se. Estava ocupada.
Naquela noite, de cores pálidas, não fizeram amor.
21.7.04
Doces sonhos
Ao rasgar do vento, enquanto o sol se levantava, deitei-me a ver-te chegar. Morno, suave, com um cheiro adocicado.
És tão saboroso nos meus sonhos...
És tão saboroso nos meus sonhos...
Miudinha
Depois de as consumir, fechei-as dentro do livro. Ajudei-o a subir para a prateleira, ao lado dos seus semelhantes. Embora uns envergassem fatos mais vistosos, a verdade é que este sempre soube que nunca se escolhe um livro pela capa.
Enrolei o tapete que me apoiara na leitura, afastei a música que me acompanhara. Lá fora, um sol radioso e radiante. Cá dentro uma chuva miudinha. Muito miudinha.
O cabelo foi o primeiro a senti-la, pela óbvia localização no topo do objecto. Foi lenta, a absorção das gotas de água miúdas. Mas encharcou. O cabelo, a alma e só depois o peito.
Colado ao corpo, o vestido perdeu a mobilidade. Só depois me lembrei das palavras do livro. Ajudei-o a descer da estante. Reli o amor, o desprendimento, a calma. E então a chuva miudinha cessou.
Enrolei o tapete que me apoiara na leitura, afastei a música que me acompanhara. Lá fora, um sol radioso e radiante. Cá dentro uma chuva miudinha. Muito miudinha.
O cabelo foi o primeiro a senti-la, pela óbvia localização no topo do objecto. Foi lenta, a absorção das gotas de água miúdas. Mas encharcou. O cabelo, a alma e só depois o peito.
Colado ao corpo, o vestido perdeu a mobilidade. Só depois me lembrei das palavras do livro. Ajudei-o a descer da estante. Reli o amor, o desprendimento, a calma. E então a chuva miudinha cessou.
15.7.04
Sempre Inocentes
Porque é assim que me vou sentido, enquanto o mundo cresce à minha volta. E é assim que gosto de estar.
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