31.3.05

Desmembramento

Enferrujar-me pelos dias longos, sem descanso. Rasgar-me a pele, livre de afectos. Arrancar-me à alma as palavras não ditas, malditas.
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O desejo de me decompor. Para que o total seja maior que a soma das partes.

Se faz favor

Sem querer fazer disto um caso nacional, uma história TVI ou um peditório pelintra, gostava de vos pedir um pouco do vosso sangue. A minha irmã precisa de plaquetas e por cada saco de meio litro, sete pessoas terão de doar sangue. Ficaria muitíssimo agradecida.
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Dados essenciais a referir na doação:
Doente: Elsa Paixão e Silva
Internada no serviço de Hematologia do Hospital dos Capuchos (Lisboa), cama 15.
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Obrigada. E desculpem lá o mau jeito...

30.3.05

Aluada

Grande, perto do mar, laranja forte, transpirando calmia e sossego. Assim esteve ontem a lua, num nascer demorado. Por momentos julguei estar na selva, num qualquer país tropical. E a lua demorava-se em nascer, naquilo que mais parecia um pôr-do-sol.
Depois subiu, perdeu os laranjas, tornou-se menor, mas a magia permaneceu.

28.3.05

Miudinha (take 2)

Depois de as consumir, fechei-as dentro do livro. Ajudei-o a subir para a prateleira, ao lado dos seus semelhantes. Embora uns envergassem fatos mais vistosos, a verdade é que este sempre soube que nunca se escolhe um livro pela capa. Enrolei o tapete que me apoiara na leitura, afastei a música que me acompanhara. Lá fora, um sol radioso e radiante. Cá dentro uma chuva miudinha. Muito miudinha. O cabelo foi o primeiro a senti-la, pela óbvia localização no topo do objecto. Foi lenta, a absorção das gotas de água miúdas. Mas encharcou. O cabelo, a alma e só depois o peito. Colado ao corpo, o vestido perdeu a mobilidade. Só depois me lembrei das palavras do livro. Ajudei-o a descer da estante. Reli o amor, o desprendimento, a calma. E então a chuva miudinha cessou. (21/07/2004)
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Entrou a luz, a frescura das orquídeas, o calor da terra molhada pela chuva e aquecida pelo sol. Um calor quente, abafado e com cheiro disso mesmo. Senti-o a entrar dentro de mim, pelas mãos que enterrei na terra escura. O mundo. Senti-lhe as entranhas. O calor. O cheiro e a textura. Sabe bem fazer parte da natureza.

25.3.05

Malas feitas

Roupa interior, três mudas de roupa, escova de dentes, champôs, cremes, perfumes, chinelos de quarto, pijama de cetim, pílula, o livro de cabeceira, o bloco de notas e duas canetas, máquina fotográfica... continuo sem saber o que me falta na mala. Mas tenho de partir. Estão à minha espera. Um grande fim-de-semana para todos! Falamos terça feira!
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Asul, o encontro fica para outro dia! Beijinhos!

24.3.05

Música que acordou comigo

Estás a ver o que eu estou a ver? Estás a ver, estás a perceber? Estás a ouvir o que eu estou a dizer? Estás a ouvir, estás a perceber?
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Eu tenho visto tanta coisa nesse meu caminho
Nessa nossa trilha que eu não ando sozinho
Tenho visto tanta coisa tanta cena
Mais enbaquitante do que qualquer filme de cinema
E se milhares de filmes não traduzem nem reproduzem
A amplitude do que eu tenho visto
Não vou mentir pra mim mesmo acreditando
Que uma música é capaz de expressar tudo isso
Não vou mentir pra mim mesmo acreditando
Mas eu preciso acreditar na comunicação
Mas eu preciso acreditar na...
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito
Em sentir o que eu sinto
Se o que eu sinto fica só no meu peito
Por mas que eu seja egoísta
Aprendi a dividir as emoções e os seus efeitos
Sei que o mundo é um novelo uma só corrente
Posso vê-lo por seus belos elos transparentes
Mudam cores e valores mas tá tudo junto
Por mas que eu saiba eu ainda pergunto
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Tás a ver a vida como ela é? Tás a ver a vida como tem que ser? Tás a ver a vida como a gente quer? Tás a ver a vida pra gente viver?
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Nossa vida é feita
De pequenos nadas
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Tás a ver a linha do horizonte?
A levitar, a evitar que o céu se desmonte
Foi seguindo essa linha que notei que o mar
Na verdade é uma ponte
Atravessei e fui a outros litorais
E no começo eu reparei nas diferenças
Mas com o tempo eu percebi
E cada vez percebo mais
Como as vidas são iguais
Muito mais do que se pensa
Mudam as caras
Mas todas podem ter as mesmas expressões
Mudam as línguas mas todas têm
Suas palavras carinhosas e os seus calões
As orações e os deuses também variam
Mas o alívio que eles trazem vem do mesmo lugar
Mudam os olhos e tudo que eles olham
Mas quando molham todos olham com o mesmo olhar
Seja onde for uma lágrima de dor
Tem apenas um sabor e uma única aparência
A palavra saudade só existe em português
Mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência
A solidão apavora mas a nova amizade encoraja
E é por isso que a gente viaja
Procurando um reencontro uma descoberta
Que compense a nossa mais recente despedida
Nosso peito muitas às vezes aperta
Nossa rota é incerta
Mas o que não incerto na vida?
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Tás a ver a vida como ela é? Tás a ver a vida como tem que ser? Tás a ver a vida como a gente quer? Tás a ver a vida pra gente viver?
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Nossa vida é feita
De pequenos nadas
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A vida é feita de pequenos nadas
Que agente saboreia, mas não dá valor
Um pensamento, uma palavra, uma risada
Uma noite enluarada ou um sol a se pôr
Um bom dia, um boa tarde, um por favor
Simpatia é quase amor
Uma luz acendendo, uma barriga crescendo
Uma criança nascendo, obrigado senhor
Seja lá quem for o senhor
Seja lá quem for a senhora
A quem quiser me ouvir e a mim mesmo
Preciso dizer tudo que eu estou dizendo agora
Preciso acreditar na comunicação
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto
Se o que sinto fica só no meu peito
Por mais que eu seja egoísta
Aprendi a dividi minhas derrotas e minhas conquistas
Nada disso me pertence
É tudo temporário no tapete voador do calendário
Já que temos forças pra somar e dividir
Enquanto estivermos aqui
Se me ouvires cantando, canta comigo
Se me vires chorando, sorri
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Nossa vida é feita
De pequenos nadas
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letra by Gabriel o Pensador

23.3.05

Pronto,

só choveu durante 15 minutos. Podem vir descansados para o Algarve. Vai estar "bom" tempo. Se vier de quadrúpede, então será melhor trazer farnel para o bicho. Por cá está esgotado!

Agora sim,

chove no Algarve. Vamos ver durante quanto tempo. Começou há 10 minutos. Daqui de onde estou tenho uma vista lindíssima da chuva a cair na serra... que privilégio!

Papoilas

Nem de propósito, queixava-me eu de que há anos que não via papoilas. Hoje de manhã, assim que abri a janela do meu quarto... vi não uma nem duas, mas sete papoilas. Ali estavam, esticadinhas, no terreno do vizinho da frente. Garanto-vos que ontem não estavam lá. Ou estavam fechadas. Hoje estavam vermelhas, hirtas, espalhadas por cerca de 3 metros quadrados. Cada uma por si.
Juro-vos que esta histórica não é ficção.

22.3.05

Mulher, África, Calor, Loucura

A Clarisse só tem 7 anos. É uma idade linda, independentemente daquilo que possam dizer os mais velhos. É bom ter 7 anos. E os da Clarisse são especiais. Dão-lhe poderes magníficos, daqueles que - dizem - só existem nos contos de fadas dos livros que a Clarisse guarda lá em casa. Usa jardineiras largas, sandálias castanhas e flores no cabelo encaracolado, esvoaçante.Ontem viajou até onde tinha estado numa vida anterior. Lembrava-se das cores e dos cheiros quentes. Não lhe decifrava o nome, mas sabia que era um lugar grande, mítico e lembrava-se, nitidamente, que as pessoas tinham um ar feliz, apesar de gasto. Lançou os pequenos braços para cima, cerrou os olhos com força e iniciou a viagem. Montada numa borboleta com pintas amarelas, chegou a África.
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Aprendeu, por lá, tudo aquilo que hoje sabe. Fez-se mulher, dotada da loucura própria das mulheres que amam. E num gesto que podia ser pintado a pastel, inalou o calor que hoje lhe ilumina a alma.
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sugerido por bastet

21.3.05

Apaziguamento, monotonia, equilíbrio, regresso.

As segundas-feiras são todas iguais. É o regressar forçado de uns dias de descanso insuficientes. Ainda assim, ao final do dia tudo parece ligeiramente melhor. A monotonia dos dias sempre iguais chega a aborrecer. É por isso que gurado cá dentro uma arma secreta que me proporciona dias mais tranquilos. O apaziguamento vem de fora, é certo. Chega-me através das árvores floridas, da terra semi-molhada e da serra, que vejo daqui da minha secretária. Mas o equilíbrio, esse, nasce cá dentro. E o regresso ao fim de semana acontece ao final de cada dia.
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sugerido por jcb

20.3.05

Pirilampo, segredo, aragem, dedo mindinho [+papoila]

Estas foram as palavras mais difíceis de juntar. Como é que se conta a história de um pirilampo que conta segredos? Ou as aventuras de um dedo mindinho num campo de papoilas? Seria fácil se as papoilas estivessem em cima desta mesa - concerteza que me trariam inspiração. Mas há anos que as não vejo e tudo o que me contam são memórias de tempos que já não voltam.
Quando era menina, muito menina, morava perto de uma quinta coberta de papoilas. E nessa altura, acredito, seria fácil descobrir pirilampos onde quer que fosse. Mas hoje... nem a aragem de domingo me traz iluminação. Ainda assim...
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se eu fosse um pirilampo não teria dedo mindinho. e não escolhia as papoilas como flores predilectas. diz-se que são frágeis, inseguras, embora vistosas. se fosse pirilampo contaria os meus segredos aos gira-sóis, que são fortes e decididos. por mais forte que fosse a aragem no campo não contariam o meu segredo a ninguém. mas isso seria se eu fosse um pirilampo.
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palavras difíceis sugeridas por inês! ai, ai, inês!!!

16.3.05

Água, efemeridade, paz, rebuliço

Sempre vivi num rebuliço interior, uma agitação incontrolável. Fui assim enquanto criança, depois enquanto adolescente. Foi algo que sempre me caracterizou. Uma constante insatisfação, um querer aquilo que não tinha, um viver sempre a pensar no amanhã. Durante anos, fez parte da personalidade. A verdade é que o rebuliço continua a existir, mesmo agora, que aos pouco me transformo em adulta. Mas dantes, numa vontade de estar onde não estava, deixava que a vida me escorresse por entre os dedos como água. Nunca a vivi tão intensamente como agora. Julgo que alcancei a tão desejada paz interior. E foi assim que, finalmente, me encontrei comigo mesma. Porque afinal, a efemeridade das coisas é o que de mais certo temos entre as mãos. Poucas coisas são eternas como o céu e a terra.
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sugerido por Cabeça Frita, mas muito verdade, cá dentro do meu peito.

12.3.05

Vento, Ritual, Vertigem e Aguarela

Olá. Sou eu. Não tenho nome, mas existo. Sou imaterial, mas existo. Dentro de cada um de vós. Há quem me chame alma, outros espírito, outros mente. Sou só eu. Nunca tenho dores, mas sofro. E também amo. Ferverosamente. Daqui de cima, tenho vertigens. E por vezes sinto-me só. Há uma tendência para se esquecerem de nós, em prol das coisas materiais. Eu percebo. É mais fácil gostarmos de quem vemos, de quem podemos sentir o cheiro. É mais fácil amarmos aquilo que podemos tocar. Se bem que o marinheiro, por exemplo, ama o vento, e iça as suas velas em sua honra, em busca do seu poder. E o pintor, que procura a emoção dentro de si para a pintar na tela... nem sabe o bem que nos faz, a nós, coisas imateriais. Faz-nos sentir senhoras! E a maioria não sabe que nós também estamos lá, na aguarela sentida.
Mas, pronto... Vocês são matéria e raramente saberão dar valor aos momentos imateriais. E não se tente fazê-lo por conveniência. É mais do que um ritual. É uma forma de estar na vida.
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sugerido por Asul

11.3.05

É possível

"Os meus parabéns". Foram estas, as palavras da médica que acompanhou a minha irmã nestas duas últimas semanas. Depois do tempo de recobro, o sangue e a medula da minha irmã estão como se nunca tivessem tido células cancerígenas. Incrível. A segunda sessão de quimioterapia será apenas prevenção. Os valores estão excelentes. Melhores do que os de uma vulgar anemia. Eu sabia que era possível.
E os meus pais, a minha irmã Cecília, a minha avó, os meus tios, os meus primos, o meu cunhado, a minha madrinha, o meu amor, a Dália, a Irina, o Helder, a Ni, o João, a Carina, a Nês, a Pat, a Natacha, o Jone Rose, a Márcia, a Bastet, o Amaral, o prof. Farinha, a Selma, a Inês, a Charneca, o Jorel, a D. Joana, o Sr. Martinho, a D. Manuela, o Samuel, a Maya, a Simone, a Carla, o Eye, o FV, o Santos Passos, o Ismael, a Pilha, o Ene, a Sunny, a Concha e tantos outros de quem agora não me lembro... também. Também sabiam que era possível.
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Obrigado por terem acredito comigo.

8.3.05

Intimidade, segredo, chão, plenitude

Conto-te ao ouvido o dia de amanhã. Sussurro-te a nossa história, conjugada num futuro próximo. Explico-te que nada será como dantes, pois que não há dois dias iguais. Não será melhor. Nem tampouco pior. Será diferente.
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Não queres ver nem sentir essa verdade. Estás demasiado agarrado ao chão da vida, aquela que nos ensina que um mais um são dois. Rejeitas a possibilidade de seres feliz. Dizes que não existe. Que são apenas momentos.
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Queres que te conte um segredo? Mais um... eu conto-to. Ser feliz é tão possível como ser infeliz. Compreendes agora? Consegues sentir a mágoa nos dias tristes? Então procura a alegria, nos dias felizes! Dá-lhe força! Acende-lhe o rastilho! Sentirás a vida na sua plenitude! E então poderás dizer que fui eu que te contei um segredo.
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Solta a voz à luz do mundo. Deixa-a partir e criar laços com a vida. Saberás, então, o que é a cumplicidade que sinto e a intimidade que partilho com a vida. Depois podes dizer que fui eu quem te contou o segredo.
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sugerido por susy

Romance

Contigo. À lareira, no sofá. Esta noite pode ser vinho. Transformar-me-ei em morangos. Para que me comas. Devagar. Eternamente.
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sugerido por Eye

7.3.05

Pedra, escuridão, grão [de areia], cacto.

Era de noite que se encontrava com os problemas. Marcavam encontro sempre para depois das 23h, dizia-se ser mais seguro. Não gostava de ser visto com os seus problemas. Depois era um falatório que já se sabe. E por isso, de dia, andava sempre feliz e contente. Trazia frequentemente nos bolsos um sorriso para oferecer àqueles com coração de pedra. Mas depois o sol descia, a noite crescia e com ela a solidão, os problemas, a dor.
No lugar do coração nascia-lhe um cacto de espinhos finos e metediços, que lhe chegavam a trespassar a alma. Da luz que transportava de dia brotava uma escuridão fria, triste, castradora.
Nas conversas com os seus problemas, diziam-lhe que se queria fazer de vítima, que era só uma questão de iluminação interior, que não havia nada de errado. E a verdade é que se sentia especial, com os seus problemas.
Mas depois o sol voltava a nascer, pouco antes das 07h. E ele voltava a sentir-se só mais um. Sem problemas. Só mais um grão de areia, neste deserto estéril.
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sugerido por Amaral

Desafio

Quero escrever sobre coisas que não sinto. Para isso peço a vossa colaboração. Deêm-me 4 substantivos comuns e tratarei de escrever um pequeno texto onde os mesmos serão incluídos. Será interessante vaguear por palavras que não são minhas...
O email lá em baixo à direita ou mesmo esta caixa de comentários servirá, para já, para receber as vossas emoções. Deixem um contacto, por favor!

Ser tia II

Então, minha querida? Ligaste à tia?
Sim, queria mandar um beijinho!
Beijinhos para ti também, querida!
Onde 'tás?
Em Olhão.
Sim, mas na casa da avó Maria, na escola ou na rádio?
Estou no jardim, mas está muito frio porque já é de noite.
Sim, tia, eu sei. Aqui também é de noite.
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Moral da história: nunca substime uma criança de 4 anos.

4.3.05

Mar Adentro

Quebra e requebra, quando chega a terra. Não desiste, insiste. Vai e vem, num sonido estranho. Às vezes estranha-se.
E não desiste, insiste.
Penetro em ti, deixando-me levar sem vida, numa agonia enebriante, alucinante, dilacerante. E tu vais, e vens.
Não desistes, insistes.
Vou por ti adentro. Tu vens por terra adentro. E, cá dentro, tento, e também não desisto. Mar adentro, mar adentro.
Não desistes, insistes. Insistes.
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palavras sugeridas pelo melhor filme que já vi: Mar adentro

2.3.05

Mamã,

és a melhor mãe do mundo! E acredita que foram sempre importantes as tuas palavras. Sempre me ajudaram a tomar as decisões mais difíceis da minha vida. É um orgulho saber-te minha e, por muito que achem tolo, serás sempre a "mamã".
Não posso desejar-te um aniversário feliz. Seria insuficiente. Que toda a tua vida aconteça de mãos dadas com a felicidade!
Amo-te muito, mamã!

Emoção


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Não me sinto satisfeita quando o que sinto fica só no meu peito. E então escrevo. Ou toco viola. Ou choro. Hoje, o que sinto é tanto que não consigo tirá-lo do peito. Mais logo pego na viola e logo se vê.
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Eu e a vida somos almas gémas. Damo-nos tão bem...
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