1931-1955

.
.
.
.
A lenda. O mito. A ascensão e o apogeu. Nunca a queda.
.
.
.
James Dean.
.

Incapacidade

Fogem-me as palavras quando tento prendê-las no papel. E fico sem elas enquanto o organismo as processa até à ponta do dedo indicador direito. Escrevo infrutiferamente. Nada! Nada do que pensei, senti, resolvi escrever, está lá. Sao palavras, é certo, mas vãs. Que de nada valem, pois não são o que de mais verdadeiro tenho em mim.

Sinto-me como na adolescência: amores impossíveis, coração apertado - apertado! - uma angústia em forma de pesadelos à noite e nada de conseguir escrever os poemas lindos, qual Florbela Espanca nos mais sofridos instantes.

Há quem não tenha o dom. E há quem o tenha e não saiba. Há ainda quem o tenha, e o desdenhe. Eu gostava de conseguir escrever aquilo que realmente sinto. Sem filtros. Sem auto-censura. Mas não sou. E quantas vezes desejo que as minhas mãos sejam verdadeiras com o meu coração! Que o deixem falar livremente, seja qual for a mentira que ele queira contar... Quantas vezes... Tantas!

Vibrações Positivas

Ainda que o sol ouse, um dia, não nascer; mesmo que o mar não recue ao sabor das marés; e ainda que a vida me prive dos meus cinco sentidos, sei que serei forte, optimista, positiva. É isso que o Mundo e o Universo esperam de mim. De nós.

A vida não chega

Tenho tanto por dizer
Tanto por te contar
Que a vida não chega

Tenho céu e tenho mar
E tanto p'ra te dar
Que a vida não chega...*

Cinco anos depois as coisas não estão na mesma. Nem podem estar. Estamos mais juntos. Mais apaixonados. Mais nós. E é assim que vou contruindo a felicidade. Por ti e por mim. Por cada vez mais nós.

.

.

.

*Viviane, A vida não chega

Balanço às portas do fim-de-semana

Ontem: Jantar de turma, animação ao rubro, sangria com sabor a canela, conversas interessantes (sobre amantes!!!), penalties de ginginha, boa disposição entre todos, água no fim da noite, na esplanada do bar.

Hoje: três horas e meia dormidas, estômago embrulhado, preguiça, sono e boas recordações do jantar de ontem.

Não podia concordar mais

Your Inner Child Is Surprised

You see many things through the eyes of a child. Meaning, you're rarely cynical or jaded. You cherish all of the details in life. Easily fascinated, you enjoy experiencing new things.

How Is Your Inner Child?

Desertar

Hoje, mais do que noutro dia qualquer, apetecia-me ter uma profissão que exigisse viagens. Por sítios lindos, que não esta redacção.
.
.

.
.
foto by Luís Pires

Coração

Lembro-me de ser pequenina e descobrir o meu coração. Ou melhor: descobrir o bater do coração dentro do peito. A princípio suspeitei. Quem será que me está a fazer sentir isto cá dentro. Depois, com o passar dos anos percebi que nos treinos de basquet ele batia mais forte, mas compassado. Nas provas perante os outros ficava descompassado. Descobri formas de o acalmar. Ou fazê-lo bater mais rápido. Senti taquicardias. Cheguei a senti-lo em todo o corpo, deitada no chão do pavilhão, depois de um treino de resistência física.

Ainda hoje bate. E, ao contrário do que sempre julguei, não está mais calmo. Continuo a senti-lo descompassado, frenético, forte e rápido. E agora não é do esforço ou do pânico. É de amor, de saudade, de ansiedade. E com o passar dos anos as prioridades trocam de lugar fazendo com que me emocione muito mais com o nascimento de um bebé do que com um foguete a rebentar no ar. Mais com uma música preferida do que com o gelado de morango. No futuro, o que será que vai fazer o coração bater mais forte, cá dentro?

O transplante

Começou a odisseia cujo auge terá lugar dentro de aproximadamente um mês e meio. Estive no IPO a fazer exames. A tudo. Fico agora à espera que os resultados do HIV, Hepatites e Herpes Humanos fiquem prontos. De resto, tudo ok com moi même. Felizmente. Tenho pulmões de não fumadora. Calha bem. Fico mais tranquila!
O transplante terá lugar dentro de, aproximadamente, um mês e meio. Para mim será fácil, embora não baste a simples transfusão de sangue. Depois explico.
Para a minha irmão vai ser fodido. Uma semana de quimioterapia intensiva, cujo objectivo é deixá-la o mais fraca possível. Só assim o transplante terá sucesso. Depois disso, serão três semanas fechada numa "gaiola de vidro" (nas palavras do médico), sem poder receber visitas, sem contactos com o exterior. Depois, serão seis meses em Lisboa. Com exames, consultas e tratamentos todos os dias. Os restantes seis meses serão passados em casa. Mas esquecendo que é esposa e mãe. Totalmente. Um ano, no mínimo. Sem que a vida possa voltar ao normal. Um ano. No mínimo.
Vai correr tudo bem. Tenho a certeza.

Sob o efeito do álcool

Estou embriagada. Não pela vida que me chega pelas veias, pelo sangue quente. Estou embriagada pelo vinho que bebi. Verdadeiramente embriagada. Cá dentro anda o Martini Bianco, o Mateus Rosé e um golinho de Logan 12 anos. Sinto-me bem. Muito bem. E mais ainda porque nunca escrevi um post estando "imprópria para consumo".

Falei com uma colega ao telefone. Tenho muitas saudades dela. Ontem estive com outra. Deu para matar saudades. Hoje estou num serão de amigos, numa jantarada que já se desenvolveu numa noite de guitarradas e promete durar. Há harmónicas à mistura. Gargalhadas. Vamos ficar cá a dormir. É melhor.

Os amigos são - também - para isto: para podermos descontrair, esquecer a vida rotineira, as chatices do dia-a-dia, os problemas crónicos de famílias agudas. É bom estar com amigos. E há tanto tempo que não nos víamos...

.

Sinto-me estranha, e não é do álcool. Custa-me sempre muito encontrar as palavras certas para descrever os sentimentos que me assolam quando estou no meio dos meus amigos. Sabe bem, sentirmo-nos amados...

.

E, de repente, vêm-me estas palavras à cabeça...

Companheirismo, cumplicidade, compreensão, tolerância, desprendimento, partilha, dádiva. Amor. Saudade. eternidade.

.

AMIGOS. sempre. (you all know what I mean...)

Resumos da minha vida

Tenho andado pouco para aqui virada. Para o acto de blogar, entenda-se. Muita coisa tem acontecido, e a minha vidinha poderá estar para mudar! Fixe! (a monotonia enerva-me!) A próxima semana será reveladora. Para já, o silêncio impõe-se.

.

Conheci, finalmente, a bastet. Grande mulher. De armas, até. Uma filha amorosa e uma personalidade que não forjou as minhas espectativas.

.

O meu sobrinho completou mais um aniversário e cada vez acredito que herdou tudo de mim. Até rói as unhas como eu.

.

Amanhã será dia de inscrição no IPO, análises a tudo e mais alguma coisa e viagem no Alfa. Adoro andar de comboio.

.

Ando a ler "As brumas de Avalon", livro que, mais do que uma vez, esteve nas minhas mãos mas que nunca tinha lido. Estou a amar. Sonho frequentemente que tenho visões. Ou tenho-as, na realidade. Ainda não descobri.

.

Comprei música nova. A minha mãe começa a ficar farta de chill out. Eu não.

.

A minha turma que já não o é resolveu fazer mais um jantar de início de ano. 'Bora lá! A malta quer é rir e comer bolachas!

.

Ando feliz e com imensas coisas em mãos. Ou seja, ando feliz!

A procura do equilíbrio

.
.
.
.
.
Faz hoje 43 anos que morreu Hermann Hesse. Pouca gente sabe, mas "Sidharta" mudou a minha vida. Gostava de lho poder dizer pessoalmente.
.
pintura by Hardy Cole, Santa Maria, California, 2000

.

.

.

Agora percebo porque é que o código do trabalho recomenda férias ao funcionário a cada 6 meses. estou cá nesta empresa há 7 e já sinto falta de uns dias de descanso. E como diria Jorge Palma, "quero o silêncio do arco-iris, a alquimia das estações".

Esta seria uma altura excelente para tirar férias.

.

foto by YP

Sinto-me quase sempre insatisfeita. E tenho a leve sensação que vai ser assim a vida inteira. Não sei se é bom, se é mau. E depois, às vezes, farto-me de estar bem.