Sempre Inocentes. Do princípio das Coisas. Do nunca terminar um feito. Do jamais desistir de um sonho. Do sonhar sem destino. Do mundo. Das coisas. Das pessoas.
28.4.05
Compota
no centro de ti encontrei a compota de todos os sabores.
sabia a mar, a terra, a árvores e a céu.
no centro de ti, em ti, os sabores do mundo.
a compota perfeita.
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foto by Susana Paixão
27.4.05
Introspecção literária
1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Três, em particular: 1984, de George Orwell, Papillon, de Henri Charrière e Siddharta, de Herman Hesse.
2. Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Três, em particular: 1984, de George Orwell, Papillon, de Henri Charrière e Siddharta, de Herman Hesse.
2. Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Já. pelas três personagens d' Os Jardins do Éden, de Ernest Hemingway.
3. Qual foi o último livro que compraste?
3. Qual foi o último livro que compraste?
Mil e uma pequenas histórias, de Luís Ene e Encontro de Amor num País em Guerra, de Luís Sepúlveda. O próximo será de Nuno Júdice. Já está fisgado.
4. Que livros estás a ler?
Além da leitura quase bíblica das pequenas história do Luís, estou a ler - pela segunda tentativa - o Nome da Rosa de Umberto Eco. Pode parecer estranho, mas da primeira vez não consegui: tive medo... agora está a correr bem! Com menos frequência mas numa leitura orientada, ando a ler tudo quanto é livro sobre antropologia, sociologia, urbanismo, cultura e pesca. Um dia explico a mistura!
5. Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Não faço a mais pequena ideia... levaria mais rapidamente cadernos e canetas com fartura. Em último caso levaria um manual de sobrevivência numa ilha deserta. (Mas quem é que vai para uma ilha deserta???)
6. A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
E agora dei por mim a querer passar isto a muita gente... vou arriscar!
25.4.05
Links
Há uma série de gente nova aqui ao lado. Alguns estavam em stand by há um poder de tempo. Outros descobri-os hoje. Vou passar a visitar. Depois vê-se. Apeteceu-me fazer "refresh".
No meio disto tudo, há uma má novidade: perdi o rasto da Charneca em Flor, dos Mágicos Cansaços. O blog já lá não está há algum tempo, mas tinha recebido um mail com uma nova "casa" da Charneca. Mas o PC passou-se e eu perdi o mail depois da formatação!
Charneca, se me ouves: onde estás???
Surpresas
É isto que me faz ser apaixonada pela vida: mesmo quando parece que nada podemos fazer para seguir caminho, abre-se, à nossa frente, um atalho, estreito, mas determinado. A vida é o bem mais precioso, perfeito e surpreendente com que podia ter sido brindada.
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E agora a vida ganhou outro sabor...
22.4.05
19.4.05
Descansem em paz
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Com esta vos deixo, por hoje. estou esgotada. Foi um dia longo. O sol já desceu. Quase por completo.
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foto by YP
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Vicissitudes
É uma palavra bonita demais para descrever algo que, à partida, já tem um valor negativo. Acontecem na vida com mais frequência do que gostaríamos, mas são elas que nos fazem avançar. É no erro que progredimos. É pelo erro que aprendemos. Com pena, é também pelo erro que sofremos.
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Acreditar nalguém, nas suas intenções para connosco, sentir as suas palavras de determinada forma, compreender todos os acessos de ignorância crua, justificar com o passado o seu presente, e depois descobrir que nunca na vida estivemos tão enganados... é cruel! são as chamadas desilusões de amor que, neste meu caso, se adequam a amizades. E é tão fodido perceber isso! Não que fique a tristeza, a raiva ou a mágoa, mas sim a revolta!!! Não pela desilusão, mas por não ter percebido isso antes! Porque é que eu não vi?... Talvez o amor (e a amizade) sejam mesmo cegos!
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Vivo, há algum tempo, uma situação destas cá dentro do peito. Por muito que tente resolvê-la interiormente, ainda não consegui. E como pude ser tão burra, tão cega? Como é que consegui NÃO ver as coisas que hoje são óbvias? Ninguém muda em duas semanas, pois não? Então estou certa: a culpa foi minha, porque a podridão esteve sempre lá. E eu, que costumo ser perspicaz, não vi. Não senti. Nunca. E mesmo agora, quando pensava que talvez os podres não estivessem só no lado de lá, voltei a enganar-me. A pessoa em causa tem tudo.
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Sinto-me como a minha avó, quando descobriu que a Lua de Portugal era a mesma de Espanha - esteve sempre lá, só nunca percebi.
18.4.05
Coisas de adultos
"Vamo-nos sentar e conversar. Somos adultos. Somos capazes de resolver isto".
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E quem é que disse que os adultos sabem resolver alguma coisa?
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E quem é que disse que os adultos sabem resolver alguma coisa?
15.4.05
Meditar
Inspiro e expiro tranquilamente. Sinto-me repousar por inteiro dentro de mim. Sinto-me leve, em paz por dentro e por fora. Sinto o ar - tépido à entrada, morno à saída. Sinto o sangue nas veias. O calor no peito. O mundo existe, mas não me incomoda. Tudo é tranquilidade. Sinto-me por dentro, cada pedaço meu. Vejo-me por fora e entendo-me por dentro. Sinto-me luz, una e completa.
Relaxo completamente.
Inspiro. Inspiro. Inspiro.
E Expiro... muito tranquilamente...
14.4.05
13.4.05
4º
Era uma vez uma menina de cabelos negros e olhos de azeitona. Todos os dias ela sorria, sem compromisso, sempre inocente. Levava os dias a cantar. Adorava trautear aquela que era a sua música, a sua melodia companheira. Hoje, essa criança já não existe. É apenas um fragmento daquele barco que se afundou. Daquele naufrágio que é o crescimento. Hoje ela ainda sorri. Ela nunca deixou de sorrir. Simplesmente o seu sorriso já não tem aquela cumplicidade com a inocência.
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by PF
11.4.05
União
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Juntas, teremos mais força. Saibamos sempre unir vontades para concretizar sonhos.
Seremos maiores, mais fortes e capazes.
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foto by Susana Paixão
7.4.05
3º
Pescador toda a vida, passava os dias entre a embarcação, a lota e a barraca. Dava para ir vivendo, com bastante aperto e muito esforço, sem nunca poder alegar doença como desculpa para não sair para o mar... Era jovem e queria muito mais, talvez demasiado insensato e levado a fazer loucuras que só passam com a maturidade de quem passou muito tempo no mar.Naquele dia todo o mundo era um aviso à navegação... a chuva incessante, os ventos fortes ou as nuvens negras lembravam que o homem não consegue bater a natureza. Mas isso não foi impedimento, e fez-se ao mar. Porém a embarcação não era tão forte como ele e desfez-se no meio da tempestade. Conseguiu agarrar-se a um pedaço de madeira que se soltou dos restos da embarcação desfeita. Não passava agora de um sobrevivente de um *naufrágio*. Dois dias passou agarrado aquela tábua, sentido-se no meio do oceano como uma *criança* perdida num centro comercial, que não encontra uma cara conhecida. De repente, ao longe e trazido pelo vento, ouviu um apito...era um barco que o avistara. Estava salvo. E desde então, cada vez que ouve o apito de um barco, ouve-o como se fosse a *melodia* mais bela alguma vez composta. E recorda o pedaço de madeira que carinhosamente guarda em casa, com uma *cumplicidade* que só se tem pela "mãe" responsavel pelo renascimento...porque naquele dia voltou a nascer.
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by Montenegro
6.4.05
Conversa da semana passada:
A única vez que fizeste referência às visitas no Sempre Inocentes foi quando atingiste as 700. E agora? 7254?
Sei lá! Quando me der na mona...
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Hoje deu-me na mona.
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Obrigada pela vossa insistência nesta "fruta sem sumo".
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Sei lá! Quando me der na mona...
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Hoje deu-me na mona.
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Obrigada pela vossa insistência nesta "fruta sem sumo".
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2º
Porquê?
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I
Porque não me atrevo a mais,
porque o chão é duro e a
viagem longa e o naufrágio certo e as
portas fecham-se à mais leve brisa e o
corpo arrefece à medida que
a noite cai e a distância e o
medo e o medo de ter medo...
.
II
e porque a distância pesa como
a solidão em olhos de criança e a
vida é muitas vezes uma reles imitação
de si própria e a melodia se esvai
cúmplice do vento e o sangue nos gela nas
veias e morremos de borco sonhando
voos quedos
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by José Farinha
Abril, 2005
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I
Porque não me atrevo a mais,
porque o chão é duro e a
viagem longa e o naufrágio certo e as
portas fecham-se à mais leve brisa e o
corpo arrefece à medida que
a noite cai e a distância e o
medo e o medo de ter medo...
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II
e porque a distância pesa como
a solidão em olhos de criança e a
vida é muitas vezes uma reles imitação
de si própria e a melodia se esvai
cúmplice do vento e o sangue nos gela nas
veias e morremos de borco sonhando
voos quedos
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by José Farinha
Abril, 2005
1º
Entre as fronhas do desalento, quando a cama da cumplicidade se precipita ao naufrágio, surge dos lençóis de água revolta a mais velha e serena melodia do mundo. A canção da criança que das pedras do chão constrói um castelo onde, entre as ameias, abriga o amor antigo e ainda o amor renovado.
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by Bastet
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by Bastet
[Ainda] Sempre Inocente
Porque é assim que me vou sentido, enquanto o mundo cresce à minha volta. E é assim que gosto de estar.
5.4.05
Lágrimas do Mundo
Desafio II
Faltou-me agradecer a amabilidade de todos aqueles que aceitaram o desafio por mim lançado há umas semanas. Agora, abusando da vossa confiança, gostaria de vos lançar um outro. Mais difícil, é certo. E desta vez o desafio não é para mim, mas para vós. Será um bom exercício individual, estou em crer.
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Desta vez dou-vos eu 4 palavras, substantivos. Para mim significam, sem dúvida, quase tudo. Mas o quê, só eu saberei. E gostaria de receber os vossos pequenos textos em que as incluíssem. Por uma questão de facilidade de leitura e para não influenciar quem queira experimentar, sugiro que me enviem os pequenos textos para o e-mail ali em baixo, à direita.
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Fico à espera. E confesso que estou curiosa!
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Aqui vai:
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CUMPLICIDADE, MELODIA, CRIANÇA, NAUFRÁGIO.
4.4.05
Na rua
Miúdo de rua, descalço, cansado, miúdo.
Miúdo de rua, rua abaixo, pés no chão, molhado, agreste.
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Corre pela bola, espera pela hora, descansa no chão.
Miúdo de rua, exausto, cansado, sabe sentir o mundo na mão.
E a bola rebola, desce a ladeira, miúdo de rua, volta à brincadeira.
Não sabe - nem quer - ser velho e doutor, miúdo de rua, sinto o teu sabor.
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E mesmo na rua, fria e cruel, sabes, miúdo, o nosso papel.
Miúdo de rua, rua abaixo, pés no chão, molhado, agreste.
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Corre pela bola, espera pela hora, descansa no chão.
Miúdo de rua, exausto, cansado, sabe sentir o mundo na mão.
E a bola rebola, desce a ladeira, miúdo de rua, volta à brincadeira.
Não sabe - nem quer - ser velho e doutor, miúdo de rua, sinto o teu sabor.
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E mesmo na rua, fria e cruel, sabes, miúdo, o nosso papel.
3.4.05
Luís Sepúlveda
Ontem comprei um livro. Adoro comprar livros e quando me perguntam o que faria se ganhasse um Euromilhões vem-me à ideia esta imagem: entrar na Bertrand e sair de lá com 300 contos de livros debaixo do braço. Ou dentro de um carrinho de compras.
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Ontem comprei mais um de Luís Sepúlveda. "Encontro de Amor num País em Guerra". Dele já li o mítico "História de um gato e da gaivota que o ensinou a voar" e o fantástico e lindíssimo "O velho que lia romances de amor". Fui à procura do segundo só para rever a capa. Não o encontrei. Entrei em pânico. Devo tê-lo emprestado a alguém e não me lembro quem. Apesar de prometer, vezes sem conta, nunca consigo dizer que não, quando me pedem um livro emprestado. Merda!
Fotos
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Foto das fotos que estão na parede do meu quarto. guardam uma vida, lá dentro. E não me canso de olhar para elas.
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Coincidências
A minha vida tem sido feita disto. Coincidências. Acredito nelas piamente, tendo em conta que nego a existência de um destino. Sinto, no entanto, que a vida privilegia quem por ela se interessa. No verdadeiro sentido da palavra "interesse". Quem a vive será mais vezes surpreendido com agradáveis coincidências. Daquelas que alguns julgam ser o destino. Recuso-me a aceitar que o meu destino esteja traçado, independentemente daquilo que eu sinta, pense, construa ou destrua. A vida não pode ser tão fácil quanto isso, de aceitar o destino como algo pré-concebido por algum ser maior. E ainda que o destino exista, o meu ainda está por ser escrito. Alguém se terá esquecido de o fazer, com certeza. Sou imprevisível. Não esperem nada de mim. Sairá sempre ao contrário. Nem o destino me suportaria, se existisse. Iria sempre trocar-lhe as voltas.
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A última coincidência de que me dei conta é a hora a que são publicados os meus posts neste blog. Os minutos acabam sempre em 7. Ou quase sempre. A mim parece uma coincidência. Só não sei se será um sinal. Agora, por exemplo, são 16 e 37. Vou só esperar que a hora avance. Para contrariar a possibilidade de existência de um destino que foge ao meu controlo.
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